Matéria extraída da Revista Impresso 3D, publicada em março de 2022.
Estar em frente a algo que pode mudar o jogo é simplesmente fantástico! Tive o privilégio de visitar o centro de desenvolvimento da impressora 3D Gaia a convite de Giselle Lima, a CEO da Gaia, na B&Z International no Polo Industrial de Manaus. A impressora ainda é um MVP (Mínimo Produto Viável), mas já demonstra ótimos resultados e promete se tornar uma revolução na impressão 3D colorida a nível mundial.
Segunda a equipe, que é formada por Tony Michael (líder do projeto), Ronald Santos (gerente) e Giselle (CEO), tudo surgiu em meados de 2018. Tony já carregava uma grande experiência como entusiasta na impressão 3D e faz montagens de impressoras a mais de 8 anos.
Depois de ouvir uma reclamação sobre as impressoras FDM imprimirem as peças com apenas uma cor. Na época em que teve a ideia, Tony não conseguiu achar nenhum material sobre algo similar na internet para que ele tivesse uma base de como prosseguir, então teve que criar o próprio processo do zero, assim como para a impressão, tudo baseado em projetos open source.
O primeiro protótipo foi exposto no 1º Amazonas 3D Printing, em 2019, e chamou bastante atenção do público que estava visitando o evento. Naquele momento a equipe notou que não tinham apenas criado uma impressora, mas sim um processo inovador, o que foi um grande susto. No dia seguinte ao evento, foi iniciado o processo de registro de patente nacional e internacional, que foi aprovado pelo INPI em agosto deste ano. Atualmente a Gaia Impressora 3D é incubada e acelerada pela INNATUS HUB em Manaus - AM e possui como sócio, Alexandre Damasceno, CEO da B&Z International.
A educação é uma das áreas que tem muito a ganhar, sendo possíveis a impressão de modelos para tornar as aulas mais dinâmicas e didáticas. Futuramente está nos planos da Gaia, criar projetos sociais para crianças de comunidades carentes ribeirinhas, assim ajudando a descobrir grandes talentos e novos inventores, contribuindo com o ciclo de inovação.
O processo de mistura de cores e os materiais. Ao contrário das impressoras que utilizam resina e da Palette 3, a mistura de cores ocorre dentro do hotend, um processo inovador que usa os filamentos das cores primárias: amarelo, azul e vermelho para gerar uma infinidade de tons. E quanto aos materiais, PLA e PET-G se saíram melhores nos testes. Ainda estão sendo aprimorados o uso de ABS e outros filamentos que necessitam de mais temperatura. Uma das grandes vantagens de ter uma máquina que faça impressão multimaterial é a questão dos suportes, no qual são impressos em materiais que possam ser dissolvidos como HIPS e PVA, o que está nos planos da Gaia futuramente. Ter uma impressão colorida, sem a necessidade de ter acabamento ou pintura é uma grande mão na roda.
Mas quando você irá poder ter acesso a essa máquina?
A previsão de lançamento do produto para o consumidor final está prevista para o primeiro semestre de 2022. Ainda são necessários alguns ajustes de performance e na estrutura da máquina. Também estão preparando um ecossistema ao redor da impressora, com materiais de apoio e cursos para que o consumidor tenha total domínio do processo, buscando um relacionamento mais próximo ao cliente.
O preço inicial se assemelha ao de marcas nacionais, entre R$10.000,00 a R$20.000,00, oferecendo um melhor custo e benefício que máquinas de marcas internacionais que tenham processo de multimatérias.
Autor da Matéria Ayrton Impresso 3D